ATÉ 2011!
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VESTIBULAR
Nosso entrevistado da vez é o vestibulando Nilo Gimenes Neto, aluno do terceiro ano do ensino médio da Coopem. Nilo tem 18 anos e presta o curso de História.
HILÁRIO HILARIEH (O Expresso). Ao que nos consta, a Unesp têm dois cursos de História... Um em Assis e outro em Franca. Por quê escolheu Assis?
Nilo Gimenes Neto, 18. |
HH. Além da Unesp, quais vestibulares pretende prestar?
NG. Fuvest para conhecer. Mas a que eu almejo é a UNESP.
HH. E o que achou do vestibular da Unesp, que ocorreu no último dia 14?
NG. Apesar de ter ido mal em meus planos de meta, o vestibular estava em um nível bom. Mas, como sempre, o tempo é pouco. E não foi só eu que achei o tempo curto. Vários outros colegas acharam. E como sempre muito cansativo também.
HH. E o ENEM? Também foi muita prova para pouco tempo?
NG. No ENEM eu fui até que bem. Mas o descaso que ocorreu não me agradou. Acho injusto o “só quem se considerou prejudicado com as provas - com o erro de digitação” ter que fazer outra. Como o ENEM errou, todos deveriam fazer outra prova. Assim todos fariam a mesma prova, não correndo o risco dessa próxima prova ficar em nível diferente.
HH. Não acha estranho em dois anos consecutivos aparecer erros gritantes no ENEM?
NG. Não. Dessa vez não. Mas no ano passado, que houve o roubo, sim. Acho que a mídia aumentou demais o caso dessa vez.
HH. Qual a importância de uma faculdade longe de casa para a sua vida?
NG. Aprender a viver, apesar de ter um pouco de medo. Mas é uma coisa que coloquei na cabeça e vai se difícil alguém que me tire isso dela. Se minha avó estivesse viva, com certeza não iria por vários motivos...
HH. E a sua família? Como encara a possível partida?
NG. Meu pai se preocupa muito com o como me manter lá, mas deixa a mim decidir. A única critica que recebo é em relação ao curso. Eles falam que professor hoje não tem futuro. Mas é a única coisa que eu vou sentir prazer em fazer. E história me excita!
HH. De fato as pressões familiares sobre os filhos existem. O que pensa a respeito?
NG. Me sinto triste em pensar que minha família não me apoia em relação ao curso que escolhi. Querem que eu faça engenharia. Mas com certeza não serei um bom profissional exercendo uma profissão que não gosto. O que adianta ter uma profissão que você ganha muito dinheiro, mas não te traz felicidade? Para mim, a felicidade não está nas coisas materiais, mas nas pessoas que estão a minha volta e que realmente gostam de mim. A riqueza eu posso perder, mas os verdadeiros amigos, nunca.
HH. Você tocou num assunto delicado... A valorização do trabalho. Isto não quer dizer que os cursos mais valorizados formem bons profissionais. A exemplo, podemos citar os maus médicos e os maus advogados formados. Acredita que haja uma relação entre as pressões familiares e estes maus profissionais recém-formados?
NG. Acredito que sim, talvez grande parte desses profissionais não escolheram a profissão que exercem, mas sim, os pais [que escolheram]. Por motivo de uma boa remuneração e fácil acesso ao mercado na área escolhida.
HH. Para encerrar, qual a mensagem para os futuros vestibulandos?
NG. Que a profissão que escolherem daqui para frente sejam escolhas suas e não deixe ninguém influenciar em sua vida profissional ou em qualquer outra decisão. Não passar no vestibular não é o fim do mundo, mas é uma boa hora para tentar novamente e com mais força de vontade. Pois só com força de vontade é que você consegue alcançar seus objetivos
por HILÁRIO HILARIEH
contato: oexpressodahora@gmail.com
21 / novembro / 2010
semana 10 | ano I____________________________________________________________
GLENER OCHIUSSI | ||
O entrevistado da semana é o professor de história Glener Cruz Ochiussi, de 22 anos, que mora em Neves Paulista. Larba Peçonha (O Expresso). Glener, sabendo de todas as dificuldades da vida de um professor, porque escolheu esta profissão? Glener Ochiussi: Sempre fui apaixonado pela História. Na escola, a única matéria que me chamava atenção era esta. O magistério foi uma consequência. Porém, hoje, tenho consciência da importância de minha profissão. | ||
LP: Sabendo que só História te interessava, como se comportava na escola? Fazia parte da turma do fundão? | ||
GO: Você quer me comprometer... [risos]. Não participava da turma do fundão, mas também não era aluno de notas muito altas. Sempre estudava para cumprir minhas obrigações. A diferença era que a História tinha sentido, era real, prática. | ||
LP: O que você espera fazer daqui pra frente? Vai continuar dando aula em escolas? Pretende dar aula em faculdade? | ||
GO: Tenho diversos sonhos, mas atualmente estou batalhando pelo meu mestrado. Ainda penso em estudar muito, acredito que as outras realizações virão naturalmente com o tempo. Gosto muito do magistério, acredito que nós, professores, desempenhamos um papel de extrema importância para a sociedade. É claro que dar aulas em uma universidade é o sonho maior de qualquer profissional da educação, mas encaro isso como uma consequência natural do empenho e do trabalho. LP. Você é bem novo, mas já da aula na Coopem há 2 anos. Há quanto tempo é professor? Se formou com qual idade? GO. Entrei na faculdade com 17 anos. O ano de 2010 é meu primeiro de formado. Entrei na COOPEM com 21 anos para dar aula no fundamental e acabei ficando. Gosto muito do colégio, do grupo de professores e dos alunos. LP. Que história é aquela do pássaro morto no bosque do colégio? GO. Eu tenho uma sala na COOPEM que eu adoro. É a molecada do 4º ano do Ensino Fundamental. Eles são muito criativos. Outro dia fui levar eles no bosque para conhecerem. Chegando lá havia um passarinho caído, quase morto. As crianças foram tentar me ajudar a salvar o passarinho, mas ele acabou morrendo. Todos ficaram muito tristes. Mas valeu pela história! | ||
LP. E você tem paciência pra dar aulas para crianças? Elas não te irritam? | ||
GO. As crianças são muito sinceras e carinhosas. É claro que é um estilo de aula totalmente diferente do Ensino Médio, mas acredito que realmente elas valorizam tudo aquilo que fazemos em sala de aula. É uma experiência única. Aprendo muito com as crianças. Paciência é preciso ter com todas as idades, de maneiras diferente, claro... |
por LARBA PEÇONHA
contato: larbapeconha@gmail.com
08 / novembro / 2010
semana 9 | ano I
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ELEIÇÕES 2010
O entrevistado da semana é Vagner Zaffani, 29, escritor do blog supercrônico (www.supercronico.blogspot.com) e colunista eventual do “O Jornal De Hoje”.
HILÁRIO HILARIEH (O Expresso). As eleições foram hoje, e aí, Dilma ou Serra e por que?
VAGNER ZAFFANI. Olha... Creio que prevalecerá a Dilma. Embora não votei nela por ela ser candidata do lula e o lula ter uma forte aceitação do povo brasileiro em sua maioria.
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Vagner Zaffani |
HH. E se não votou na Dilma, quer dizer que votou no Serra?
VZ. Votei nulo. Votei na Marina no primeiro turno e, no segundo, votei nulo.
HH. Acredita que o voto nulo seja uma forma de protesto ou foi por desânimo mesmo?
VZ. No meu caso não foi protesto. Foi por desânimo. Preferi votar nulo do que sortear voto e votar em quem não me agradaria como presidente. E como ambos (assim como dizia o texto Big Brother Eleitoral do blog supercrônico) foram fracos nas campanhas e argumentos, não me convenceram a dar meu voto a eles.
HH. Eu ia tocar neste assunto agora... Em seu blog você expôs o nível das campanhas eleitorais... Na sua opinião, de que maneira elas afetaram o brasileiro?
VZ. Você diz em que sentido?
HH. No sentido de que tenho dúvidas se o nível das campanhas foi rebaixado para chegar ao nível da consciência da maioria do eleitor brasileiro ou se as campanhas refletem a sujeira que é política...
VZ. Tem um pouco das duas coisas... O nivel foi baixo por falta de propostas cabíveis e as propagandas refletiam a sujeira quando um [candidato] denunciava o outro para [assim] ganhar votos.
HH. Uma questão levantada no blog, no texto Big Brother Eleitoral, foi a questão do "como fica os eleitores que têm bom senso mediante às propagandas de baixo escalão?". E aí?
VZ. O eleitor de bom senso é aquele q filtra toda a sujeira exposta da campanha de ambos
e tenta usufruir do melhor que eles têm para oferecer.
HH. Você acredita na política?
VZ. De uma minoria sim.
HH. Para encerrar... Qual a sua análise sobre a eleição do Tiririca para Deputado Federal e toda a consequencia que isto está causando?
VZ. Não devemos subestimar o poder político de alguém. Mesmo que essa pessoa tenha uma aparência cômica. Vamos esperar pra ver no que vai dar... De repente ele trará mais projetos cabíveis do que outros engravatados que se elegem em toda campanha. Mas também foi uma forma de protesto público pela insatisfação - o eleger tiririca como deputado.
HH. Não sei... Penso que protesto público é o que se vê na França em relação ao aumento do tempo de trabalho para atingir a aposentadoria... Lá o povo está saindo às ruas e exigindo seus direitos. No Brasil tivemos isto durante as Diretas Já e outras épocas da ditadura. Acredita não ser mais viável este tipo de protesto público?
VZ. Sim, esse [do Tiririca] foi um protesto diante do voto, mas o tipo de protesto - igual ao que teve na França - é o que o Brasil precisa ter. O Brasil reclama, mas diz amém a tudo. Se saíssemos à rua reivindicando alguns direitos e contrariando algumas leis que não nos favoreça, as coisas mudariam.
HH. Não ficarei em paz sem esta... Acredita que o Brasil está "emburrecendo"?
VZ. Sim. O Brasil já está “emburrecido” a muito tempo e cada vez mais se “emburrecerá” com a falta de educação e cultura no país.
HH. Considerações finais...
VZ. Neste momento, escuto alguém comemorar, aos gritos, a vitória da candidata [para presidente] campeã. Só torço para que essa, que nunca foi nada na vida, nos beneficie com muitas coisas boas.
HH. Pelo menos o Tiririca já fez muita comédia, né? [risos]
VZ. Só espero que ele não nos faça de palhaços...
por HILÁRIO HILARIEH
contato: oexpressodahora.gmail.com
31/ outubro / 2010
semana 8 | ano I
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AULAS DE INGLÊS
A entrevistada da semana é a professora de inglês Marcela Sarubi Macchi, de 35 anos, que dá aulas de inglês há 15 anos.
LARBA PEÇONHA (O Expresso). Sendo formada em Letras, porque você decidiu dar aulas somente de inglês, e não de português?
LP. Já aconteceu algum episódio engraçado com você na sala de aula? Marcela Macchi |
MARCELA MACCHI. Apesar de sempre ter muita facilidade com a língua portuguesa na escola, um fato bem marcante mudou minha trajetória: fui morar nos EUA por um ano, através do programa de intercâmbio do Rotary. Cai meio que de paraquedas neste país, pois na verdade eu havia me preparado para morar na Espanha. Só um mês antes da viagem eu soube que a minha vaga era para a terra do tio Sam. Quando voltei para o Brasil fui estudar arquitetura, uma paixão minha. Me casei e estava grávida quando, passando por uma calçada desta cidade, ouvi alguém gritar: "Olha lá! Aquela ali sabe falar inglês!" Era uma escola de línguas que tinha acabado de abrir e precisava de professor. Comecei assim, sem graduação nem experiência, mas como sempre gostei muito de teatro acabei me saindo bem e gostando de compartilhar. Só depois de seis anos ensinando é que fui cursar Letras. Deu pra entender o por quê de o português ter ficado em segundo plano?
Muitos riam, cochichavam e eu não estava entendendo nada, quando uma aluna solícita deu uma olhadinha para o chão. Quando eu olhei para procurar a graça, a sala explodiu numa risada contagiante: parte da sola da minha sandália havia desprendido inteira do sapato e estava ali, bem na minha frente. O mais engraçado foi quando eu me levantei para pegá-la e o outro pé da sandália fez a mesma coisa: soltou o saltinho. Concluimos que a data de vencimento da borracha havia expirado naquele exato diazinho. O outro foi enquanto eu era aluna da faculdade. Sempre gostei de competições. Um dia, estavam todos sentados em U (aula de linguas é assim mesmo), durante a aula de espanhol e a professora, fuçando na bolsa encontrou uma bala e gritou: "É de quem pegar!" jogando-a para o centro da sala. Eu me atirei no chão como quem proteje o próprio filho de um estilhaço e agarrei a bala. Quando eu olhei para cima, dei de cara com todos os meus colegas de sala, olhando-me estarrecidamente, olhos arregalados de susto, todos sentados na carteira em silêncio. Voltei para o meu lugar, abri a balinha e chupei.
MM. Vários. Fica até difícil contar. Escolho dois. Certo dia, estava eu em sala de aula, sentada bem de frente para os alunos que sentavam em forma de U, falando muito, em inglês é claro, e eu percebia que ninguém estava prestando atenção, por mais que eu me esforçasse. E olha que o assunto era até interessante.
Profª. Marcela e alunos da Coopem |
LP. Sua beleza é visível. Algum aluno já se apaixonou por você? Houve declarações? Qual a sua reação? Se não, qual seria sua reação caso algum aluno se apaixonasse por você?
MM. Obrigada, Larba. Acho que não.
Declarações de brincadeirinha sim. Um dia um aluno disse que queria casar-se comigo, mas foi depois de eu ter contado que reformei um vestido antigo transformando-o em outra peça de roupa. Ele adorou o fato de ter uma esposa economicamente contida, ahahhahahah.
Minha reação? Não sei. Ficaria tímida? Lisonjeada? Não sei. Talvez eu nem percebesse.
Declarações de brincadeirinha sim. Um dia um aluno disse que queria casar-se comigo, mas foi depois de eu ter contado que reformei um vestido antigo transformando-o em outra peça de roupa. Ele adorou o fato de ter uma esposa economicamente contida, ahahhahahah.
Minha reação? Não sei. Ficaria tímida? Lisonjeada? Não sei. Talvez eu nem percebesse.
LP. Nessas eleições para presidente, a maioria dos homens opta por votar em mulheres, e a maioria das mulheres vota em homens. Qual a sua opinião sobre isso?
MM. Acho, no mínimo, interessante o fato de os homens começarem a olhar a mulher com maior admiração. Apesar de ganhar 33% em média menos que o homem para realizar o mesmo trabalho, ela tem se esforçado muito mais que ele para provar à sociedade o quanto é capaz, uma vez que ele não precisa provar nada a ninguém. Ela trabalha dentro e fora de casa e ainda cuida da sua cria com maestria e amor. O sexo "frágil" tem chegado cada vez mais em postos nunca antes imaginados. Quanto ao fato de as mulheres votarem em homens, lamento, pois desconheço e também duvido.
LP. Você já tem opinião formada sobre o segundo turno? Pode nos contar em quem vai votar e porque?
MM. Ainda não decidi. Gostaria de uma mudança, pois o PT está a oito anos atuando e acredito que uma troca pode ser saudável. Por outro lado, não gosto da politica de privatizações empregada pelo partido adversário.
LP. Quais as principais dificuldades que você sofreu na adolescência?
MM. Bem poucas, mas intensas: Imagine uma pré adolescente apaixonada na 7a série que tinha dente de coelho e separado na frente, usava aparelho fixo embaixo, em cima e extra-oral (aquele freio), óculos para míope, cabelo, anterior ao advento da progressivae da chapinha, para não dizer crespo, enrolado e ondulado, preso por nada menos que três presilhas mais um arquinho plus gel fixador. Cara, minha cabeça devia pesar mais do que minhas duas coxas juntas. Precisa dizer que meu amor não era correspondido?
LP. Porque dá aula na Coopem?
MM. A COOPEM me acolheu desde meu primeiro ano de faculdade. Meu filho tem estudado lá desde seus cinco anos. É na minha própria cidade, perto de casa. Encontrei amigos aqui que me fazem sentir em casa. É um ambiente acolhedor e tem melhorado a cada dia, principalmente neste ano com mudanças visíveis.
LP. Qual seu livro preferido?
a. Crepúsculo, Harry Potter, Eclipse...
b. O Menino do Pijama Listrado, O Caçador de Pipas...
c. A Cabana, O Monge e o Executivo...
d. O Alquimista, O Diário de um Mago...
e. Bíblia
MM. Fico com a ficção envolvente da saga Crepúsculo. Admiro a autora Stefanie Meyer que conseguiu conquistar o coração adolescente e juntou técnica literária com thrilling.
LP. Qual é o estilo musical que mais define a sua personalidade?
MM. Adriana Calcanhoto e MPB em geral. Um sambinha também vai bem.
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PASSEI! E AÍ?
Nosso entrevistado desta edição é Filipe Corrêa Guizellini, 19 anos, aluno do 2º ano de Bacharel em Química Ambiental da UNESP de São José do Rio Preto-SP.
HILÁRIO HILARIEH (O Expresso). Química Ambiental? Ao que parece, este é um curso ainda recente na UNESP de Rio Preto... O que o levou a prestar química ambiental?
FILIPE GUIZELLINI. Meu interesse pela química (matéria) e a área ambiental (interesse profissional - na vertente de melhorias na qualidade de vida do ser humano). Vieram a calhar muito bem, inclusive com a comodidade de estar em casa.
Fillipe Corrêa Guizellini |
HH. Conte para a gente... Como foi ser bixo na Unesp de Rio Preto? Foi um choque? E os trotes?
FG. Eu entrei achando que iam zoar muito, sabe, coisas humilhantes - de acordo com o que a mídia disponibiliza. Mas foi totalmente diferente, logo me enturmei com a galera mais velha e me coloquei em uma posição da facul.
HH. No seu caso, você não teve que se preocupar em arrumar uma República para morar [pois é natural de Rio Preto]. Porém, mesmo não morando em uma, você deve frequentar várias Repúblicas... Como é a vida de República? Está mais para um sonho ou pesadelo?
FG. Entao cara... Eu sinceramente não frequento muitas Reps não, mas as que eu já visitei, tanto em festas quanto em almoços, reuniões e etc, depende muito de quem mora nelas, se existem pessoas organizadas que se entendem, se a Rep vai ser organizada, caso contrario pode ser que seja fonte de festas, zoeira e etc. Acho que, se eu morasse em uma, faria de tudo pra ter um equilíbrio, porque festa é muito bom, mas tem limite!
HH. Opa! Festas! O povo quer saber: e as festas da faculdade... Como são? Dá para conciliar estudo com diversão?
FG. Dá sim cara... Mas acho que dormir as 4h30 e acordar 7h30 para ir à aula atrapalha sim. Mas responsa é responsa. Você apenas vai arcar com as conseqüências... Talvez em uma prova. O lance é saber ter um limite entre festas e aulas no período matutino!
HH. E aí... Já pegou a sua primeira greve?
FG. Pelo menos tentativas... Em relação aos alunos, no ano passado houve uma assembleia com votação a respeito da greve, mas [ela] não aconteceu, pois a voz dos discentes foi mais forte. Este ano eu presenciei a greve dos funcionários. Ficamos sem biblioteca, sem o pólo computacional [sala de informática]. Foi um caos! A greve acabou com o inicio das férias de julho.
HH. E qual a causa destas greves?
FG. Então... No ano passado eu acompanhava pouco a respeito, mas presenciei uma assembleia geral do meu curso e [nela] foi esclarecido alguns pontos: RU [Restaurante Universitário] (o nosso era terceirizado até esse ano) e um documento da portaria da Unesp de rio preto com linhas subjetivas que não esclareciam os pontos da universidade; e esse ano [a greve] foi o pedido de reajuste dos salários dos funcionários serem iguais aos dos professores.
HH. E como você analisa a atuação dos docentes e das próprias greves?
FG. Pelo fato de não ter tanto contato com o interno da facul, eu ouvi pouco [sobre] a situação dos professores na primeira greve. Mas, nesse ano, alguns professores não acharam plausível esse argumento [do reajuste igualitário] (não desmerecendo os funcionários de cargo inferior), mas era a hierarquia da universidade.
HH. E os discentes? Mais parecem massa de manobra? Sonham em levar cacetadas da PM em São Paulo? Como que é a organização?
FG. Os discentes cara... A grande maioria se importa mais em se formar e ter sucesso na carreira pessoal. Mas existem alguns que dão a cara pra bater e exigem os direitos como grande maioria dentro de uma universidade; daí convocam assembleias gerais que chegam a uma posição do próprio Ibilce [campus da UNESP de Rio Preto]. A fonte organizadora é o DAF (Diretório Academico Filosofia). Em relação aos PMS, acho que se for por motivos/argumentos bons eles [os discentes] vão e tomam cacetadas sim!
HH. Tem como comparar a escola com a faculdade?
FG. Não... E não interessa se você passa em primeiro ou em ultimo [no vestibular]... Você está na mesma "merda" que todos; você vai ter suas notas baixas, seus triunfos e etc!
HH. Tem muita gente imatura entrando na faculdade? Qual o destino deles?
FG. Então... Tem sim. Eu por exemplo... Entrei com 17 anos e tive que me adaptar com algumas dúvidas (“Ah! Será que é isso mesmo que eu quero!?”), mas eu tive paciência e me coloquei numa posição de estudante bem definida. Porém, acho que tem muito discente com idade muito baixa para estar em uma faculdade e assumir as novas responsabilidades e as grandes pressões de uma universidade estadual. Entretanto, tem aqueles que não estão nem ai. Mesmo que tenham 20, 21, 22 anos, estão pouco se "fudendo" e vão [apenas] para curtir as festas mesmo...
HH. Algum relato para nos contar? Muito obrigado pela entrevista!
FG. Acho que relatos não tenho muitos, mas tenho uma coisa para dizer: estar em uma universidade estadual não é para qualquer um (não em relação a nota, porque isso é consequencia); você tem que se colocar na posição de produto e ser considerado um investimento do estado, porque, quer queira ou não, você passou pelo VESTIBULAR e é esse o passo inicial para a sua vida profissional! Se você quer SÓ festa, arranje um emprego e vá [nelas], agora, se você quer ser alguém, aproveite a oportunidade que está sendo oferecida na forma de estudo gratuito, "de qualidade" (não seja hipócrita), mas também aproveite as festas sem extrapolar, pois no outro dia você terá uma responsa com o seu futuro! Acho que é isso... Ah! FAÇA MUITOS AMIGOS, MAS CONFIE EM 1/4 DELES!
por HILÁRIO HILARIEH
contato: oexpressodahora.blogspot.com
10 / outubro / 2010
semana 6 | ano I
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NICOLY CANEIRA
A primeira aluna a ser entrevistada será Nicoly Barbosa Caneira, 17 anos, do 3º ano do Ensino Médio. Nicoly foi escolhida por ser uma de nossas primeiras seguidoras no blog. Já que ela nos prestigia, decidimos prestigiá-la também!
LARBA PEÇONHA (O Expresso). Nicoly, há quanto tempo estuda no colégio?
NICOLY CANEIRA. Há dois anos, apenas.

NC. A mudança na direção e do material foram as maiores mudanças, que por sinal eu senti bastante.
LP. Qual a sua opinião sobre o blog “O Expresso”?
NC. Eu acho que foi a melhor coisa que vocês fizeram, pelo menos quem visita, ou quem segue como eu, entende o que está acontecendo, e se conscientiza. E também o fato do anonimato de vocês, achei muito interessante a ideia.
LP. Está no 3º colegial, e o vestibular está aí. Qual curso você pretende prestar?
NC. Bom, eu pretendo prestar Psicologia, e seguir nessa área, trabalhando em hospitais e tudo mais.
LP. Qual o melhor professor do colégio, em sua opinião? Por quê?
NC. Paulo, pois com o jeito todo bravo dele, ele consegue a atenção e silêncio de todos, em suas aulas.
LP. Já namorou? Se sim, quanto tempo durou seu namoro mais longo?
NC. Estou namorando, e tem 10 meses.
LP. Você acha que ainda existe romantismo na vida dos jovens? Qual o maior ato de romantismo que você já recebeu ou praticou?
NC. Claro que sim! Não tenho um maior, acho que todos os que eu já recebi do meu namorado, foram os mais perfeitos da minha vida!
LP. O que você acha da nova onda dos “coloridos” e da “família Restart”?
NC. Na minha opinião isso é moda, que por sinal não faz o meu tipo. Mas em relação a eles, sem problemas, cada um com o seu estilo.
LP. A nossa geração é marcada pelo avanço da tecnologia. Como você se relaciona com os novos meios de comunicação? Ex: celular, mp3, twitter, Orkut, facebook, etc.
NC. A tecnologia na vida de muitos, é necessária. Eu gosto e curto muito isso =)
LP. Quem você colocaria como diretor na sua escola: Dilma Roussef, José Serra, Marina Silva ou Plínio de Arruda? Por quê?
NC. Eu não colocaria nenhum desses, porque pra mim as 'promessas' feitas, só ficam nas palavras, sem ato nenhum! Acho que o governo brasileiro faz a sociedade como palhaça, e eu não quero que ocorra essas coisas na nossa escola!
LP. O que você acha das meninas que colocam fotos “exageradas” no Orkut, como fotos de biquíni?
NC. Eu não colocaria fotos assim, acho até falta de respeito com quem vê, pois ninguém é obrigado a ver fotos desse jeito, mas se as garotas que colocam acham legal e que vão receber muitos comentários, já não é comigo!
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DIRETORA REGILENE
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Diretora Regilene com aluna |
Regilene Santos, 43 anos, casada, residente na cidade de Mirassol, é diretora do nosso colégio, Coopem, e será a entrevistada dessa semana.
LARBA PEÇONHA (O Expresso). Regilene, durante esse ano o colégio sofreu mudanças drásticas, para a melhoria do ensino. O que mais você pensa em fazer para continuar melhorando a escola?
REGILENE SANTOS. Minha meta é fazer com que os alunos valorizem as mudanças, acreditem que tudo o que está sendo feito é para que tenham uma boa formação escolar, e saibam fazer boas escolhas durante a vida. As mudanças serão para tornar o ambiente escolar o mais agradável possível, onde além de buscar aprendizado, alunos e professores gostem de estar aqui. Desenvolveremos projetos sobre sustentabilidade, que estarão relacionados diretamente ao planejamento e teremos como foco principal a biblioteca, com acervo maior e pesquisa on-line sobre os títulos disponíveis.
LP. Qual a nota que você se dá como diretora?
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Regilene na festa do peão de Barretos |
LP. Diretora, todos sabemos que tem uma funcionária da escola que ninguém agüenta, por conta do seu mal humor. Você já pensou em tomar alguma atitude em relação a isso?
RS. Valorizo as pessoas que trabalham comigo. Procuro orientar e ajudar no que for preciso e principalmente dando oportunidade de mudança.
RS. Todas as mudanças tiveram a sua importância. Claro que nem tudo o que pretendia no início do ano foi alcançado, mas os ajustes serão feitos no próximo ano. Normas foram criadas para serem cumpridas, às vezes é preciso mudar algo por não ter saído como planejado, parar, refletir e mudar. Aceitar sugestões, sempre, agradar a todos , impossível. Não posso pensar que nada sairá do controle, isso é utopia, não tenho esse poder. O que mais marcou este ano na COOPEM , com certeza foi a obrigatoriedade em relação a algumas regras, e isso refletiu significativamente no ensino.
LP. Sabemos que o colégio está em fase de mudanças. No ano que vem o que você fará para que o 3º colegial consiga melhorar seus ensinos e aumentar suas chances de passar no vestibular? Aulas durante todo o período da tarde?
RS. As mudanças são muitas para a terceira série:
-Trabalhar com a Coleção de Livros do Objetivo, chamamos de Intocáveis
-Provas quinzenais - simulados aos sábados
-Seguiremos o mesmo calendário de simulados aplicados em São Paulo
-Provas on-line
-Aulas de Atualidades on – line
Além das mudanças no pedagógico a escola irá investir na estrutura física também.
A preocupação do colégio não é somente as aprovações no vestibular e a nota do ENEM, temos alunos que vão prestar concursos, assumir empresas, enfim, temos alunos com planos de vida diferentes, cada um sonha com um futuro diferente, e não dá para a escola pensar só no vestibular. Para o aluno que sonha com um vestibular numa universidade pública, teremos além das aulas do currículo normal, aulas de revisão ( Apoio ao Vestibulando ) .
-Provas quinzenais - simulados aos sábados
-Seguiremos o mesmo calendário de simulados aplicados em São Paulo
-Provas on-line
-Aulas de Atualidades on – line
Além das mudanças no pedagógico a escola irá investir na estrutura física também.
A preocupação do colégio não é somente as aprovações no vestibular e a nota do ENEM, temos alunos que vão prestar concursos, assumir empresas, enfim, temos alunos com planos de vida diferentes, cada um sonha com um futuro diferente, e não dá para a escola pensar só no vestibular. Para o aluno que sonha com um vestibular numa universidade pública, teremos além das aulas do currículo normal, aulas de revisão ( Apoio ao Vestibulando ) .
LP. Todos dizem que a primeira impressão é a que fica. A primeira impressão do nosso colégio, no caso a estrutura do prédio, não é das melhores. Você pensa em mudar isso?
RS. Já estamos com projetos em andamento, a escola passará por uma pintura geral, reforma no piso, instalação do ar condicionado nas salas que ainda não tem, e outras reformas que já fazem parte da lista de prioridades da mantenedora.
LP. Regilene, você se considera querida pelos alunos, funcionários e professores?
RS. Trabalho com gestão escolar há 24 anos, e sempre busquei atender a todos com respeito e atenção. Fiquei muito emocionada no dia do meu aniverśario quando todos os alunos estavam no pátio para prestar uma homenagem. Foi uma demonstração de carinho grande. Prefiro acreditar que seja querida por todos, porque do contrario seria uma imposição muito grande da escola, manter na direção alguém que não fosse querida pela comunidade escolar.
LP. Na edição da semana retrasada, tivemos um texto no nosso jornal sobre os altos preços da cantina da escola e a diferença na comida dos professores e alunos. A refeição dos professores é visivelmente maior e mais completa que a dos alunos. Você não pensa em fazer nada em relação a isso?
RS. Fizemos um questionário de satisfação com os alunos do oitavo ano a terceira série do ensino médio, nele perguntamos sobre a cantina e não tivemos esse tipo de reclamação, mas tenho uma sugestão, você pode fazer uma pesquisa sobre o cardápio e com certeza passaremos para o pessoal da cantina. Quanto ao preço, a cantina tem seus gastos e acredito que não exista exploração e sim o valor que realmente é necessário cobrar.
LP. Você considera a Coopem o melhor colégio da cidade?
RS. Considero. A COOPEM trabalha com um material excelente, professores bem preparados e experientes, plantões com os próprios professores e não estagiários, não temos grande índice de indisciplina e temos tido aprovações que comprovam o ensino de qualidade. Além de ser uma Cooperativa , particularmente acredito muito neste trabalho que pode ser considerado uma forma alternativa de melhoria em muitos setores, não só educacional, mas industrial, agrícola e outros.
por LARBA PEÇONHA
contato: larbapeconha@gmail.com
26 / setembro / 2010
semana 4 | ano I
FUNCIONÁRIO PÚBLICO
Élcio Rodrigo Scandor Sfair, 28 anos, é ex-funcionário público estadual e Cientista Social formado pela Uniceres (atual Faceres) de S. J. Rio Preto-SP. Trabalhava no SEADS - Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social - como agente de desenvolvimento social e agora pensa em um novo emprego.
HILÁRIO HILARIEH (O Expresso). Como foi o processo de seleção para a SEADS?
ÉLCIO SFAIR. Foi concurso; uma prova de 60 questões de múltipla escolha.
HH. Quantos candidatos mais ou menos?
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Élcio Rodrigo Scandor Sfair, 28, Cientista Social. |
ES. Quinze mil candidatos para duzentas vagas, mais ou menos.
HH. Temos uma informação de que você passou em primeiro lugar, confere?
ES. Sim. Mas fui o primeiro lugar da região. Funciona assim: você escolhe antes a região que quer prestar. Aqui na região de São José do Rio Preto foram 5 vagas para 600 candidatos [120 candidatos por vaga] e disputei apenas com esses.
HH. Certo... Recentemente, em agosto, você pediu exoneração do cargo... Há quanto tempo trabalhou para o estado de São Paulo?
ES. Dois anos e dois meses.
HH. Gostaria de revelar o valor do salário?
ES. A SEADS é a secretaria com menos verba do estado. Eu ganhava, líquido, R$ 1.200,00 e mais R$ 4,00 por dia de vale alimentação. Para um cargo de curso superior, é muito pouco. Muitas pessoas que passaram no concurso já pediram exoneração
HH. Para qualquer cargo, R$ 4,00 de alimentação, não é nada orgulhoso...
ES. Sim. Difícil é comer com este dinheiro hoje. E estamos falando do estado de São Paulo, o mais rico da União.
HH. E qual era exatamente a sua função?
ES. Elaboração, avaliação e acompanhamento de programas voltados para a área de assistência social; orientação na área de assistência social, a municípios, bem como a entidades e organizações que atuam nessa área; orientação à comunidade na criação e gestão de atividades sociais; análise e acompanhamento de processos. Essas funções.
HH. Havia alguma espécie de favoritismo devido a sua boa colocação no processo seletivo?
ES. Não.
HH. Muitos poderiam criticar a sua exoneração pelo fato de ter sido em um cargo público, onde a segurança do emprego, em face ao desemprego estrutural, é maior. Então... O que lhe fez largar o cargo?
ES. O salário baixo e o fato de existir plano de carreira. Como te disse, a SEADS é a secretaria com menos verba do estado de São Paulo.
HH. Certo... Mas você poderia fazer uma relação entre o seu pedido de exoneração e a conjuntura social vigente?
ES. Como?
HH. Pelo que entendi, sua função estava ligada à área de assistência social... Gostaria de saber se houve uma relação entre o seu pedido de exoneração e as ações assistencialistas da SEADS. Houve desilusão?
ES. Não vou dizer desilusão, mas esperava mais [risos].
HH. Pode esclarecer melhor?
ES. As pessoas têm que entender que, no serviço público a burocracia existe de um modo maior que na iniciativa privada. E isso às vezes deixa funcionário - como vou explicar? - ter que seguir as regras, mesmo tendo uma idéia que poderia fazer as coisas acontecer mais rápido. Mas [as pessoas] tem que entender que o estado tem a sua burocracia e ela é realmente diferente da iniciativa privada.
HH. É... As diretrizes da empresa... Você fez uma comparação entre o publico e o privado. É a favor da privatização do setor social?
ES. Eu não sou a favor de privatizar nada. O estado tem capacidade de gerir suas funções. O que acontece, às vezes, é que os governantes escolhem pessoas erradas, e é aí que a coisa complica em muitos setores do serviço estatal.
HH. Em outubro próximo teremos eleições. Já que é contra privatizações, você acredita que melhoraria a situação da SEADS caso fosse eleito para governador o petista Mercadante?
ES. O PSDB está a 16 anos no estado de São Paulo. Não vou dizer que o Mercadante seria melhor, mas seria interessante substituir os 16 anos [de PSDB] por uma pessoa nova que nunca governou [o estado] e de outro partido. Pois os partidos [PT e PSDB] têm visões diferentes para governar. Penso que, depois de 16 anos do PSDB, a troca por outro partido seria salutar e, quem sabe, abaixar um pouco o preço desses pedágios [risos].
HH. Agora desempregado, prestaria outro concurso público?
ES. Sim, mas agora penso nos concursos federais. Os salários estão bem melhores que os salários do nosso estado. Como você mesmo disse R$ 4,00 reais por dia de vale alimentação não é fácil [risos].
HH. Tem a ver alguma relação com a diferença do governo petista federal com o governo psdbista estadual?
ES. Sim. O governo Lula, nesses 8 anos, colocou o salário dos funcionários federais num patamar real. Eu converso com amigos carteiros, policiais federais, funcionários do INSS e ninguém reclama do governo Lula. Já no nosso estado, você vê nos jornais greve de professores, greve do judiciário e tivemos tempo atrás a greve da polícia civil. Estão bem descontentes os funcionários estaduais com o governo do PSDB.
HH. Ok. Muito obrigado. Gostaria de falar sobre mais algum ponto?
ES. É para escola a entrevista, né? Queria falar para o pessoal da escola [alunos] que já pode votar, se informar bem de cada candidato e não se deixar levar pela opinião do vizinho ou de um tio ou seja lá quem for; e também não acreditar em tudo que a imprensa diz. É preciso sempre ler as noticias com bastante critica. Procure se informar e forme a sua opinião, a sua crítica e discutam política em casa e com os amigos. Política é para discutir. É mentira que “política não se discute”.
por HILÁRIO HILARIEH
contato: oexpressodahora.blogspot.com
20 / setembro / 2010
semana 3 | ano I
BANDA JOHNNIE ROCK
Vinicius Munhoz é vocalista da banda JOHNNIE ROCK de São José do Rio Preto. Ela é famosa por fazer cover de Barão Vermelho, banda de Cazuza e Frejat.
HILÁRIO HILARIEH (O Expresso). O nome é “atraente”... De onde veio o nome da banda?
VINICIUS MUNHOZ. O nome veio do whisky [risos]. Todo show a gente bebia uma garrafa e a guardava. Daí o nome.
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Vinicius Munhoz interpretando Cazuza (Johnnie Rock) |
HH. E quanto tempo tem a banda?
VM. Três anos.
HH. O que sente quando interpreta o Cazuza? É muito diferente de quando interpreta o Frejat?
VM. É diferente. O Cazuza é mais revolta.
HH. E o Frejat?
VM. É mais direto. Frejat é mais profissional, romântico... Diferente. O Cazuza, mesmo querendo ser romântico, é um protesto. Um cusparada na cara, saca?
HH. Saquei. Pelo visto é mais fã do Cazuza do que do Frejat... Certo?
VM. Acho que o Frejat, como integrante da banda, é um melhor integrante. O Cazuza era difícil; ele era gênio; só que um completa o outro.
HH. O Frejat não aprovou o filme. Disse que não foi bem daquela maneira. Você concorda com Frejat? Onde o filme errou?
VM. É um filme parcial. Nele pinta um Frejat que é careta e que corta o Cazuza, mas na verdade todo mundo era doidão. O fato é que com o tempo, uma banda vira compromisso e o Cazuza nunca entendeu essa coisa de comprometimento. Ele queria mesmo é curtir. Daí as divergências.
HH. E a parcialidade do filme se volta para que lado?
VM. Para o lado de imortalizar o Cazuza. Não que ele não mereça... Mas falando a verdade, ele [por si só já] seria eterno.
HH. E sobre a separação do Barão Vermelho. O que é mito, o que é verdade?
VM. Houve briga sim. Só que como ele [Cazuza] ficou doente, tudo meio que foi relevado. E como o Frejat conseguiu dar sequencia ao trabalho sem ele, ficou tudo blue, a partir do “supermercado da vida” [risos].
HH. Voltando a falar da Johnnie Rock... Como é o ritmo de ensaio da banda? Semanal? De vez enquando?
VM. Uma vez por semana. Sempre que podemos, temos churrasco [risos].
HH. Vai ser papai ou é lenda?
VM. [risos]. Já está de seis meses. Verdade.
HH. O filho ou a barriga?
VM. [risos]. A barriga.
HH. Menino ou menina? Nome?
VM. Ainda não sei. Só sexta[-feira. Dia 17 de setembro, 2010]. Se for menino, se chamará Benício. Se for garota, Valentina.
HH. Ser papai afetará a sua carreira de músico?
VM. Não. Será inspiração.
HH. Lançaram um Extend Play (EP). Fale um pouco sobre ele.
VM. É nosso primeiro contato com nossas influências. Acho que o desafio mesmo era não perder o que nós temos de melhor: o palco.
HH. Como assim?
VM. É tentar transparecer a emoção mesmo. Passar a pegada nas músicas; não fugir do que a gente acha que quer de proposta musical. Só que acho que serviu muito como aprendizado musical. Muito legal mesmo. E estamos contentes com o trabalho.
HH. Já tocaram músicas próprias nos shows? Qual a reação da galera?
VM. Já. Em todos os shows depois do lançamento do EP. E a reação foi legal. Tipo... Acho que é uma questão de sorte e suor. Agora vamos partir para um [álbum] com 11 faixas e será para o ano que vem. Pretendemos cair na estrada e sair com um clipe com investimento [nosso] mesmo. Vamos ver...
HH. Algum fato ou show marcante? Por quê?
VM. [risos]. Já tivemos alguns fatos engraçados. Mas teve um em Ribeirão [Preto] recentemente que... Foi foda. Tinha um cara que estava muito louco, gritando “assim” todo fim de música. E quando tocamos Bete [Balanço] ele subiu no palco, pegou o microfone, me abraçou e falou “é um prazer estar aqui com essa personalidade musical do Cazuza”. Ele chorou [risos]. Foi foda!
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banda Johnnie Rock (Rodrigo, Giba, Sávio e Vinicius) |
HH. O que esperam da banda?
VM. Espero amadurecer bastante. Não só musicalmente, mas ao vivo no palco também. A gente espera viver disso e ser feliz fazendo o que ama: fazer shows. Acabar um pouco com essa caretice que está a música.
HH. O futuro será os covers ou as próprias?
VM. Tipo... Sempre pensando em próprias. Essa país está muito careta. Tá foda viver nisso!
contato: oexpressodahora@gmail.com
11 / setembro / 2010
semana 2 | ano I
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SER PROFESSOR
Larba Peçonha (O Expresso). Hugo, responda sinceramente: qual a função do cabelo comprido? Rock’roll, anarquista ou quer simplesmente chamar atenção?
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Prof. Hugo Pezatti |
LP. Porque optou pela geografia? Sempre sonhou em saber o relevo do Afeganistão e o clima da Arábia Saudita, ou era mais um perdido que não sabia o que fazer da vida?
HP. Na verdade foi por falta de opção. Ou melhor dizendo, por uma NÃO OPÇÃO. Queria dar aula de história, mas nunca tinha vaga. Até que apareceu a geografia. Como eu já gostava da mesma, decidi encarar. E foi muito bom isso. A geografia é a ciência mais ampla de todas. Você tem que estar antenado em História, Biologia, Matemática (escalas e etc), Astronomia, Sociologia, Filosofia, Português, Química (e aquelas chuvas ácidas?), Política, Meio Ambiente, Litosfera, Atmosfera, Hidrosfera e por aí vai... A geografia enriquece o ser. Mas... Por que minha conta vive no vermelho? [risos].
LP. O que acha dos alunos “puxa-saco”? Gosta, atura, ou maltrata?
HP. Na verdade eu desconheço o “aluno puxa-saco”. Pra mim isto é mito. Nunca tive contato com um.
LP. Na época de colégio, como eram suas notas?
HP. Melhor que as do Einstein.
LP. Sobre a banda Pronúncia: passatempo, bagunça ou ganha pão? Como classificaria o som de vocês?
HP. Passatempo, bagunça e ganha pão (o nosso é magro). Particularmente eu classificaria como Rock Tenso. Em tempos passados poderia ser classificado como Rock Acadêmico, mas ninguém entendia nada... Tinha uma música que era assim: NAÇÃO CORROMPIDA
“Correndo atrás do dinheiro
bacharelamos o capital
licenciamos nossas vidas
e não temos um ideal
Nunca estamos satisfeitos
com o que temos
Somos egoístas e nunca agradecemos
Deixamos de aprender nossas raízes
Fazemos algo e não sabemos de onde vêm as diretrizes
Sendo pré-moldados, fabricados pra consumir
não valorizamos
nem acreditamos
no que está aqui.
Até quando suportar
a exploração?
Será que vamos aceitar
a colonização?
Os conglomerados agem com mais valia
escravizam a sociedade
dia após dia
Nação corrompida prioriza acumular
valoriza o ter
esquece do ser
Até quando suportar
a exploração?
Será que vamos aceitar
a colonização?“
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Prof. Hugo Pezatti |
HP. Se um dia eu for totalmente satisfeito não darei mais aulas. O que satisfaz um professor? Saber que todos os alunos sabem o que você tem a ensinar. O que eu mais é gosto é sair da sala de aula e saber que dei uma boa aula; o que menos gosto, por sua vez, é o inverso.
LP. Pergunta destinada às professoras e funcionárias solteiras da escola: como anda a vida amorosa? Solteiro, casado, namorando?
HP. Sempre “brincando” por aí...
LP. Como você se classificaria como professor?
(X) a. Tenho meus truques e consigo fazer com que os alunos entendam a matéria.
(X) b. Perto de mim, não tem pra ninguém! Sou o melhor do país, vou dominar o mundo!
( ) c. Nem eu mesmo entendo quando eu explico.
(X) d. Nada tão ruim, mas conheço melhores.
(X) e. Digamos que se eu fosse meu aluno, gostaria de mim.
(X) a. Tenho meus truques e consigo fazer com que os alunos entendam a matéria.
(X) b. Perto de mim, não tem pra ninguém! Sou o melhor do país, vou dominar o mundo!
( ) c. Nem eu mesmo entendo quando eu explico.
(X) d. Nada tão ruim, mas conheço melhores.
(X) e. Digamos que se eu fosse meu aluno, gostaria de mim.
“Eu me amo! Eu me amo! Não posso mais viver sem mim!” (Ultraje a Rigor)
LP. Acha que consegue mudar alguma coisa na vida dos seus alunos? Por exemplo, trazer consciência política (como professor de geopolítica)?
HP. Em poucos alunos. É que sem a base (que vem de casa) não tem como se efetuar um ensino completo. O aluno tem que estar apto a querer aprender, discutir, questionar e sem uma boa educação caseira, não há muito o que fazer. A escola é apenas uma parte da educação do aluno, a maioria vem de casa, da família. Com relação a geopolítica em si, se o aluno tiver consciência da geopolítica que ele faz diariamente com os pais e amigos, pra mim já é um bom começo...
LP. Última pergunta, responda apenas se quiser, caso se sinta a vontade para isso. O que fará nas próximas eleições para presidente? Já tem alguma opinião formada?
HP. Olha... Nas próximas eleições para presidente eu continuarei dando aulas e tocando [risos]. Tenho uma opinião formada sim... A maioria das pessoas perdeu o brilho e vai se apagar. O futuro será cinza como o concreto.
por LARBA PEÇONHA
contato: larbapeconha@gmail.com
02/setembro/2010
semana1 | ano I
por LARBA PEÇONHA
contato: larbapeconha@gmail.com
03 / outubro / 2010
semana 5 | ano I